sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Canícula E Gato

Enquanto a canícula incendeia os sonhos de quem tenta a sorte numa sesta,
Ouço os ecos de deuses mortais na companhia de um jovem gato
Que parece gostar desinteressadamente da minha companhia,
Apesar do meu corpo quente e cheio de arestas, parece que conhecendo,
Ignora todos os infernos, de olhos fechados, enfrentando cada segundo
Como uma eternidade, visitam-me derrotas como uma cólica renal
E sinto a náusea das que me esperam, que tenha mãos suficientes
Para conseguir perder tudo com a graça do sono do gato, que no fim
Tenha a sorte de ecoar numa banheira, depois da minha voz muda se apagar com os olhos.

Torre de Dona Chama

23.08.2017


João Bosco da Silva

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